Outro dia me peguei, mais uma vez, assistindo Ben-Hur o clássico, claro, o da era de ouro do cinema, com Charlton Heston em todo o seu esplendor. Não aquele remendo insosso que fizeram recentemente, tentando empurrar goela abaixo uma releitura sem alma. E enquanto eu assistia a essa obra-prima pela enésima vez (já perdi a conta faz tempo), fui tomado por aquele velho sentimento: “Meu Deus, esse é o melhor filme da história!”.
Curiosamente, esse mesmo pensamento já me visitou antes, quando assisti Um Sonho de Liberdade. E me pegou de jeito também com O Poderoso Chefão principalmente os dois primeiros, sendo o primeiro um pouco acima, muito por conta da atuação magnética, imortal, de Marlon Brando. Há algo nesses filmes que não apenas contam histórias, mas constroem experiências, moldam emoções e, de certa forma, moldam quem somos enquanto espectadores.
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Mas aí vem a pergunta inevitável: dá mesmo pra cravar qual é o melhor filme de todos os tempos? A resposta é incômoda, mas honesta: provavelmente não. O que toca fundo em mim pode passar batido por outro. O que para mim é genial, para outro pode parecer arrastado. E aí surgem as famigeradas listas, os rankings, as votações abertas… uma tentativa de buscar consenso onde reina a subjetividade.
Claro, é democrático. Mas é confiável?
Pense bem: colocar todo mundo no mesmo balaio e pesar a opinião de quem assiste um filme por ano da mesma forma que a de quem consome cinema como respira… faz sentido? A meu ver, não. Alguém que acompanha filmes e séries com frequência tem, inevitavelmente, um repertório maior. E isso pesa e muito na hora de avaliar uma obra. Saber identificar o que é inovador, o que é lugar-comum, o que é referência ou homenagem, exige bagagem.
E não para por aí. Nível cultural também influencia e muito. Conhecimento muda a lente com que enxergamos tudo, inclusive arte. Há filmes que só se revelam por completo para quem está disposto a ler nas entrelinhas, a perceber subtextos, a captar nuances de roteiro, direção e atuação. Sem contar o impacto da língua original: quem assiste legendado, especialmente quem entende o idioma falado, vive uma experiência completamente diferente mais rica, mais crua, mais fiel.

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Diante de tudo isso, me parece claro que a forma mais justa de medir o impacto de um filme ou pelo menos tentar seria por meio de uma pesquisa estruturada, que separasse os votantes por perfis: frequência de consumo, familiaridade com cinema, conhecimento de idiomas, até mesmo faixa etária e contexto cultural. E a partir disso, dar pesos relativos às opiniões, com base nesse grau de envolvimento com a arte.
Porque, sinceramente, se cinema é uma linguagem universal, sua interpretação ainda é profundamente pessoal. E para buscar alguma justiça nessa avaliação impossível chamada “o melhor filme de todos os tempos”, talvez a única saída seja aceitar a complexidade e abraçar a diversidade dos olhares.
E é justamente isso que propomos a seguir: uma pesquisa pensada para mapear não apenas os títulos mais amados, mas entender quem os ama e por que. Se você quiser participar, o questionário está logo abaixo. Sua visão, com toda sua bagagem, será fundamental.
Entre aqui e responda a pesquisa!
                                    